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Missão Paris-Saclay

Universidade Paris-Saclay e o compromisso com o desenvolvimento sustentável

Trocas de experiências nas áreas de planejamento urbano, tecnologia e inovação motivam parcerias entre Unicamp e Universidade Paris-Saclay

A Universidade Paris-Saclay é uma das principais instituições de ensino superior na França. Com menos de 10 anos de existência, ela é fruto da fusão da antiga Universidade de Paris XI (ou Paris Sul) com escolas de muito prestígio e história na França, tais como a Escola Normal Superior de Cacham, a Supelec, a Escola Central, entre outras.  Hoje conta com 9 mil pesquisadores e 48 mil estudantes, é responsável por 13% de toda pesquisa realizada na França e já ocupa o 13º lugar no Ranking de Xangai (Academic Ranking of World Universities).

Nos últimos anos, a Universidade tem se destacado também na transição para um campus mais sustentável. “Eu prefiro dizer que são várias transições porque estamos trabalhando em vários eixos. Educação, energia, indústria, produção de alimentos e transporte são alguns deles”, disse Laurent Audouin, gerente de pesquisa do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Universidade Paris-Saclay.

Educação sob o prisma dos ODS – 22% das publicações da Universidade estão relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a maior parte são fruto de pesquisas na área de saúde. Dos 158 laboratórios, 60% tem mais do que 20% de seus resultados relacionados à pelo menos um dos ODS. Segundo explicou Laurent , há um compromisso de fomentar a conscientização dos estudantes sobre as questões globais da transição ecológica. “Temos um curso obrigatório para todos os alunos de bacharelado de 37 cursos de graduação e treinamentos específicos sobre o impacto ambiental para alunos de pós-graduação”, disse.

Ações no campus – Entre os projetos que se destacam estão são a criação de um Parque Botânico aberto à visitação da comunidade, um pomar com 150 variedades de árvores e a recuperação do Rio Yvette, que cruza o campus da Universidade. Há grande ênfase na mobilidade ativa que resultou na criação de 10 estações de compartilhamento de bicicletas complementadas por uma rede de ciclovias na área urbana do campus. Carros também podem ser compartilhados por meio de uma parceria com o aplicativo da Blablacar.

Com relação à produção e oferta de alimentos, o objetivo é ampliar a aquisição de produtos dos fazendeiros no entorno do campus. Segundo Laurent, um dos focos de todo o projeto de desenvolvimento sustentável é a gestão de resíduos. “Um gestor de recuperação de resíduos foi contratado em setembro de 2020 para aprimorar a triagem seletiva e recuperação de resíduos de pesquisa. Também foi firmada uma parceria com uma ONG, a Ecologic, especializada em desperdício”, contou o professor. De acordo com ele, os contratos novos firmados pela Universidade são guiados pela política de redução e gestão de resíduos e foi firmada uma parceria com a gestão municipal visando a redução do lixo produzido no campus. Ele destacou ainda ações junto à comunidade do campus que buscam gerar engajamento em relação às questões ambientais. “Em uma delas, que aconteceu em 2021, coletamos 21 sugestões da comunidade sobre projetos que poderiam ser desenvolvidos pela Universidade”, relatou Laurent.

A despeito de todas as ações, ele afirmou que há muito que fazer. “Em minha opinião, ainda não podemos afirmar que somos uma universidade sustentável. Temos prédios antigos não reformados, a questão da localização do novo campus que ainda nos coloca em uma situação de dependência em relação ao carro, nossas políticas de energia, resíduos e mobilidade são apenas emergentes e não temos, de fato, nenhuma política de pesquisa ligada aos ODS em grande escala”, pontuou. “Mas seguimos trabalhando. De positivo, é importante destacar que há um grande espectro de ações em andamento, mais e mais pessoas preocupadas e dispostas a contribuir. De todo modo, é fundamental pensar nessas questões na fase do planejamento, como vocês estão tentando fazendo no HIDS, porque a transformação de estruturas mal concebidas é lenta e cara”, finalizou.

Em junho deste ano, uma missão da Unicamp esteve no campus Paris-Saclay a convite do Consultado Geral da França em São Paulo. A visita foi motivada pelas similaridades entre o hub de inovação na França e o território de planejamento do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), projeto coordenado pela Unicamp. A programação contou com visitas à Universidade Paris-Saclay e ao Institut Polytechnique de Paris, duas das instituições âncora do ambiente considerado hoje o maior cluster de pesquisa e inovação da Europa e um dos maiores do mundo.

Da equipe do HIDS, participaram da missão, Mariano Laplane, coordenador geral do HIDS na Unicamp, Gabriela Celani, coordenadora da componente do projeto físico-espacial, Wesley Silva, coordenador da componente do Patrimônio e a coordenadora da componente de comunicação, Patricia Mariuzzo. O Pró-Reitor de Pesquisa, João Marcos Travassos Romano, a chefe de gabinete adjunta, Adriana Nunes Ferreira, o assessor da Diretoria Executiva de Relações Internacionais (DERI), Alfredo Cesar Barbosa de Melo, o diretor-executivo associado a Inova Unicamp, Renato Lopes, o diretor do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, Eduardo Gurgel, e a arquiteta e urbanista, atualmente cursando o doutorado em saneamento e ambiente no programa de pós-graduação em engenharia civil da FECFAU, Beatriz Martins Arruda, completaram a missão.

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