O projeto dos corredores ecológicos é o vencedor do Best Practices Report de 2024 da Rede Internacional de Campus Sustentáveis (ISCN, na sigla em inglês). Com mais de 100 universidades de 36 países, a ISCN é fórum internacional de aprendizagem e de compartilhamento boas práticas transformadoras em direção a campi mais sustentáveis e à integração da sustentabilidade nas práticas de pesquisa e ensino. A Unicamp ingressou em 2017.
Anualmente, a Rede elabora o relatório ISCN Best Practices Report que reúne boas práticas desenvolvidas pelos membros da rede em todo o mundo. A edição de 2025 traz 45 estudos de caso de 36 membros do ISCN. “O objetivo é inspirar e orientar outras pessoas no ensino superior que estão trabalhando para promover a sustentabilidade em campi universitários e além”, escreveu Victoria Smith, diretora executiva da ISCN, no prefácio do relatório. Ainda segundo ela, o ano de 2024 se destacou pela qualidade dos projetos e iniciativas, por isso, além dos três melhores projetos, escolhidos por um júri internacional, foram concedidas três menções honrosas.
Parceria entre a Divisão de Meio Ambiente/Prefeitura do Campus, a Coordenadoria de Sustentabilidade/Diretoria Executiva de Planejamento Integrado e o Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), o projeto estratégico dos corredores ecológicos prevê a construção de 217.000m² de corredores ecológicos; 92m de passadores de fauna; 6.500m de cercamentos e 300.000m² de área de plantio em um período de cinco anos.
“Acredito que um aspecto que chama a atenção nos corredores ecológicos que estamos implementando é o fato deles estabelecerem uma conexão com o entorno da Unicamp, afirmou a arquiteta e urbanista Thalita Dalbelo que está à frente da Coordenadoria da Divisão de Sustentabilidade da Unicamp (CSUS). “No projeto, a conservação da biodiversidade é feita a partir das conexões das áreas de preservação e polígonos de compensação do campus Zeferino Vaz e Fazenda Argentina entre si e entre os fragmentos de vegetação da área externa à universidade, permitindo o fluxo gênico de fauna e flora através da construção de passadores de fauna e da restauração ecológica nos corredores ecológicos que fazem parte do programa Reconecta RMC”, explicou Dalbelo. O Reconecta RMC é uma iniciativa da Prefeitura de Campinas alinhada ao Plano Municipal do Verde que tem como objetivo estabelecer a cooperação entre os municípios que compõem a Região Metropolitana de Campinas para ações de interesse recíproco, conservação da fauna e flora e troca de conhecimento técnico.
As universidades premiadas foram:
- Universidade Estadual de Campinas – Projeto estratégico dos corredores ecológicos
- The Hong Kong University of Science and Technology – Reutilização da madeira de árvores do campus na fabricação de móveis e outros produtos; Campanhas para redução do uso de embalagens de uso único
- Massachusetts Institute of Technology – Coleta de dados de porosidade de edifícios por crowdsourcing para dar suporte ao mapeamento de inundações e ao planejamento de resiliência; Monitoramento das emissões de carbono de escopo 3
Menção honrosa:
- McGill University – Plano de Biodiversidade 2030
- King Abdullah University of Science and Technology – Capacitação para alfabetização científica para a sustentabilidade: um modelo colaborativo entre universidades, escolas, ONGs e IGOs
- The University of Edinburgh – Criando florestas para todos: a jornada da Universidade de Edimburgo na gestão de terras
Plano de gestão de resíduos
Além dos corredores ecológicos, o Plano de Gerenciamento de Resíduos também foi um dos destaques do Best Practices Report da ISCN. Iniciado em 2003, seu objetivo é aprimorar as práticas de descarte e o reaproveitamento de resíduos em todas as unidades da Unicamp. O Plano contempla a criação de grupos de gestão de resíduos, treinamento e a elaboração de um plano de gerenciamento em cada unidade da Unicamp. “No treinamento, são apresentadas oportunidades de redução de resíduos gerados, protocolos para manuseio de cada tipo de resíduo e um modelo para elaboração de um inventário de todos os resíduos gerados. “Também enfatizamos a importância de otimizar os materiais comprados, reutilizar materiais e evitar utensílios de uso único como forma de reduzir a quantidade de resíduos gerados”, explicou Regina Micaroni, coordenadora da área de Gestão de Resíduos e Licenças da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI). “Com essa abordagem, não apenas envolvemos a comunidade no manuseio de resíduos de acordo com a política da universidade, como também demos um passo à frente na tentativa de reduzir a quantidade de resíduos gerados em todas as operações do campus”, finalizou.